Cannabis : A crise que ninguém esperava.

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Em Janeiro de 2018 o consumo de marijuana foi legalizado nos EUA, em 33 estados (22 para fins medicinais, e 11 para fins recreativos).

Desde então, nada mudou em termos sociais e comportamentais, no dia a dia, em sociedade. Todavia, consequente da sua legalização, da evolução tecnológica e do aparecimento de vaporizadores electrónicos, a cannabis foi introduzida nestes. O que podia ter sido um complemento, e um avanço, tornou-se um problema, e o mercado está-se a fazer sentir – segundo a Global Cannabis Stock Index, que agrega as cotações de 52 empresas de canábis, está a cair a pique há meia dúzia de meses. O problema reside no acontecimento que alertou a América e que se espalhou para o resto do mundo – a doença fatal e misteriosa associada ao uso de vaporizadores – Actualmente, e segundo os últimos dados referentes já faleceram 26 pessoas e mais de 2000 pessoas já adoeceram.

Foram realizados testes laboratoriais pela CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) de amostras de fluidos colectados dos pulmões de 29 pacientes de 10 estados diferentes com a doença relacionada com o uso de vaporizadores – EVALI (E- cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury). Detectaram a presença de acetato de Vitamina E em todas as amostras de fluidos. Para esclarecer, o acetato de Vitamina E é um aditivo encontrado em muitos alimentos, e também está presente em suplementos e produtos cosméticos como o creme para a pele. É também conhecido por ser utilizado para a produção de vários produtos de vaporizadores electrónicos. De um modo geral, este acetato não causa quaisquer danos enquanto ingerido ou utilizado enquanto produto cosmético, no entanto, após as diversas análises, conclui- se que quando a Vitamina E é inalada, pode interferir com a função normal dos pulmões. Apesar de se ter identificado esta causa prejudicial, podem existir mais para este surto que tem alertado o Mundo e mexido com os mercados. Dessa forma, estão a ser analisadas muitas outras substâncias que também podem estar associadas a esta doença já aqui referida.Uma das substâncias que colocaram em questão alerta é a utilização da cannabis nos vaporizadores, e é foi a partir disso, que a crise começou, pois a maior parte das vítimas utilizou vaporizadores com THC.

A partir dessa problemática tem sido levada a cabo uma série de análises para compreender os efeitos dos vaporizadores com tetraidrocanabinol. Uma dessas foi realizada pela CannaSafe, que está direccionada para a utilização da cannabis de uma forma segura.

De 18 amostras de cartuchos de vaporizadores, 15 eram oriundas do mercado negro, 13 identificaram a presença do acetato de vitamina E, que como foi referido, causa danos pulmonares quando misturada com THC. Para além destas, ainda foram exploradas 10 amostras também oriundas do mercado ilegal, tendo sido encontrada uma substância denominada de myclobutanil, que é nada mais nada menos que um pesticida.

A crise que se fez sentir está portanto directamente relacionada com a associação da cannabis, com agentes químicos, e mais especificamente com a doença que tem sido transmitida para todo o mundo. Uma imagem que está a colocar em causa uma planta que extremamente benéfica para a saúde, com inúmeras propriedades curativas e que por não ter existido uma regulamentação adequada aquando da sua

legalização, deu inteira liberdade para a sua utilização “em todo o lado”, como no caso aqui estudado – vaporizadores.
Uma das pessoas que defendeu já há alguns anos o perigo da utilização de vaporizadores com a cannabis foi Susan Soares, directora executiva da CARE – organização sem fins lucrativos que explora os benefícios da cannabis – que já foi identificada no artigo sobre o seu livro “What’s Growing in Grandma’s Garden”. Concluindo, é preciso que exista uma regulamentação e acima de tudo, como já podemos desmistificar: a cannabis não pode nem deve ser consumida em comunhão com agentes químicos, e quanto mais depressa existir uma regulamentação, ou num caso menos leve, a proibição da utilização dos vaporizadores, mais depressa passa a imagem de que a cannabis é o potencial risco, quando nunca foi, enquanto utilizada e cruzada com produtos, de forma segura.

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